10 de abril de 2020

Resenha Literária #1

Livro Quebra de Contrato

Boa noite investidores,

Início a série de postagens de breves resenhas de livros que finalizei a leitura. Fica a minha opinião aos colegas caso se interessem.

Partindo do início, o livro conta o surgimento, expansão e o ocaso de uma das maiores construtoras do ramo de construção pesada do país. Trata-se da Mendes Júnior e a obra foi patrocinada pelo fundador da empresa, então traz a ótica de toda a situação unicamente da empresa. Particularmente, em obras que narram conflitos, o autor no mínimo deveria dar o direito de contestação da outra parte.
A Mendes Júnior foi uma das maiores construtoras, ganhou renome internacional com obras como a hidrelétrica de Itaipu, rodovia transamazonica, Ponte Rio-niterói entre outras.
A derrocada veio no final dos anos 80, quando a empresa foi aliciada pelo governo à prestar serviço para o estado iraquiano em obras de infraestrutura num esquema maluco do governo para receber petróleo iraquiano em troca de exportação de serviços. Se vocês ficaram perplexos com os escândalos de financiamento do BNDES à países mequetrefes na era do PT, isso já ocorria desde o período militar.
Tudo ia bem, apesar da megalomania do negócio, até o sociopata do Saddam entrar em conflito com o Irã e depois de uma guerra espúria que não teve vencedores, tentou anexar o Kuwait. Resultado da estupidez, quebrou financeiramente o país e sofreu embargo de todas as potências globais.
Já a Mendes, tomou um calote gigantesco e ainda foi obrigado pelo Brasil a continuar a prestar os serviços a fim de garantir o abastecimento de petróleo brasileiro com a condição de receber diretamente do governo. Aqui a empresa tomou empréstimos com o Banco do Brasil e BNDES para compensar o calote, e o pagamento seria feito com a cessão dos recebíveis da construtora aos bancos devido pelo Iraque.
Depois disso, a história é conhecida, não recebeu de ninguém e ainda sofreu execução de cobrança dos bancos brasileiros que financiaram a empresa nesse período. A empresa foi desmantelada, liquidou todos os outros negócios e tentou rolar todas as outras dívidas assumida.
Sinceramente achei a empresa juvenil, tudo bem que o setor de construção pesada depende do governo para garantir demanda, mas se aventur num buraco daquele na fiança do governo brasileiro foi temerário. Logo depois se envolveu numa licitação para uma hidrelétrica no Nordeste que além de não receber, foi obrigada a bancar com recursos próprios pois assinaram um contrato no qual era supostamente obrigada a finalizar a obra independente de receber os pagamentos.
A empresa ainda existe mas não possui atividade operacional, apenas gerencia os passivos e aguarda os pagamentos de processos movidos contra a União que já transitaram em julgado. Para terem um ideia, a empresa é listada na bolsa, possui um patrimônio líquido negativo em quase 12 bilhões de reais. Segundo a empresa, o contencioso a receber é superior ao saldo devedor. Se esse valor será recebido só o tempo irá confirmar.
A obra valeu por narrar os períodos econômicos e políticos turbulentos que o país atravessou entre 1980-200.

Abraço
Monster

2 comentários:

  1. Olá Monsters
    Bela resenha! Como essa empresa foi destroçada , caramba. E nota-se que não podemos confiar em governos.

    Abraço

    Bagual

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  2. Obrigado pela visita Bagual.

    Abraço

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