28 de agosto de 2020

Resenha Literária #7

 

Vendetta - American Express e a Difamação de Edmond Safra

Autor: Bryan Burrough
Avaliação Monster: 4/10

Estimados leitores, aqui apresento mais uma tiragem da série e desde já agradeço a costumeira atenção. O livro objeto desta resenha é antigo (publicado no inicio dos anos 90) e pouco conhecido aqui no país. A obra foi escrita após o escândalo corporativo envolvendo uma disputa reputacional envolvendo a American Express e o banqueiro Edmond Safra (este o irmão mais velho e líder da família Safra).

O livro foi escrito por um repórter investigativo do Wall Street Journal que passou a investigar uma retratação pública emitida pelo American Express a favor de Edmond Safra e seus bancos vinculados por possíveis informações inverídicas distribuídas para a mídia internacional por colaboradores da Amex.

Eu cheguei neste livro após procurar por algum livro que contasse a história da família Safra e dada a postura reservada desta, foi o único que encontrei. Além de ser escasso o material, por ser antigo e sem reedições, tive que rodar alguns sebos para encontra-lo. Sinceramente achei a obra fraca para o que eu procurava pois queria mesmo é saber dos negócios e bancos da família e não apenas uma disputa comercial envolvendo um dos familiares. O fato era que eu tinha uma expectativa elevada mesmo.

Indo direto ao ponto, o começo do livro foi bom, pois o autor conseguiu trazer informações sobre a origem da família Safra e seus negócios e também da própria American Express. Logo depois foi narrado o evento que deu origem ao relacionamento entre Edmond Safra e o Amex, que surgiu a partir da proposta de compra de um dos bancos de Edmond (Trade Development Bank suíço) pelo conglomerado americano. Aqui por si só já resume o resultado que essa compra teria, pois basicamente seria o seguinte, Amex compraria o TDB por uns 500 milhões de dólares em dinheiro e emitiria ações a favor Edmond e por fim, Edmond continuaria como CEO do TDB reportando ao presidente do conselho de administração da Amex no qual Safra passou a ser o maior acionista individual. Como podem imaginar tal estrutura resultaria em um forte conflito de egos, com um bilionário sendo subordinado de outra pessoa que comanda uma empresa que o próprio bilionário é o maior acionista.
Para finalizar o óbvio, o casamento se quer durou um ano, quando os atritos entre ambos selou o fim da parceria, com o Edmond Safra renunciando totalmente do TDB e vendendo suas ações da Amex para abertura de um novo banco na Suíça. 3/4 do livro trata-se dessa disputa, sendo que o Amex utilizou de técnicas de difamação publica para minar a reputação de Safra e consequentemente se proteger do novo banco a ser criado. 

No final das contas o incidente só consumiu tempo e dinheiro de ambos os lados, após um negócio que não deveria ter ocorrido sendo que o Joseph Safra, irmão de Edmond e controlador do Banco Safra no Brasil tentou convencer o irmão a não fechar o negócio e o próprio Edmond teve sua parcela de culpa em vender o banco e não ter se desvinculado totalmente do banco vendido, o que evitaria todo o imbróglio.

O livro acaba se tornando maçante pois entra nos detalhes de como o Amex tocou a campanha difamatória por meios ilegais e Safra indo até as ultimas consequências por matérias falsas publicadas em jornais obscuros de paises como Peru, México, França e Suíça. Minha recomendação é se for ler o livro, o mais interessante é ate a metade da obra que traz fatos interessantes da vida dos Safra e da Amex e a concepção do negócio entre eles. O restante é só linguiça da briga de egos.


Abraço,
Monster

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